PRAÇA DA ESTAÇÃO

Referência primordial na história de Belo Horizonte, a Praça da Estação iniciou sua construção no ano de 1904, quando a jovem capital mineira ainda vivia em obras e grande parte dos materiais de ofício chegava pelo antigo ramal ferroviário. Apesar das severas intervenções que sofreu ao longo do século, até hoje preserva o volume original que abre uma grande clareira no aglomerado construtivo da região central, além de manter parte dos seus jardins e raros edifícios da época.

Em 1995, os arquitetos Eduardo Beggiato, Edwiges Leal e Flávio Grillo venceram licitação da prefeitura visando à revitalização da praça. O projeto partia de duas premissas centrais: a recuperação dos jardins, desfigurados pela duplicação da Avenida dos Andradas, e a conformação de um amplo espaço para lazer, recreação e manifestações da cultura popular. O escritório propôs intervenções em toda a quadra – compreendendo os jardins de um lado e o largo da estação de outro – indicou alterações no tráfego do entorno e o recobrimento do leito do ribeirão Arrudas entre os viadutos da Floresta e Santa Teresa, um conjunto de soluções que visavam a integrar todo o conjunto da esplanada em fluxo contínuo, de forma a restabelecer o desenho original da praça.

Na mesma trilha da obra projetada pela B&L no Parque Nossa Senhora da Piedade, este parque também integra o conjunto de ações do DRENURBS para saneamento e despoluição de córregos a céu aberto na capital mineira. A recuperação do córrego Primeiro de Maio se apresentava como demanda urgente para a contenção de enchentes e prevenção de doenças, mas a Prefeitura decidiu agregar ao projeto uma indicação da comunidade no orçamento participativo e construir também uma área de lazer para a população vizinha. O Parque Primeiro de Maio harmoniza vetores de promoção da qualidade de vida e preservação do meio ambiente, razão pela qual mereceu o prêmio Cidade Jardim 2008.